Neurolis-Clínica de Neurologia e Neurofisiologia Lda, Neurologia

 
 
 
 

Epilepsia

 
 
Existem diversas definições de epilepsia (umas clínicas, outras neurofisiológicas), que podem no entanto ser sintetizadas na de Henry Gastaut, que diz “epilepsia é uma afecção crónica de diversas etiologias, caracterizada pela repetição de crises devidas a uma descarga neuronal excessiva (crises epilépticas) associadas eventualmente a sintomas clínicos”.

Portanto, uma crise única não é sinónimo de epilepsia, tal como as crises acidentais ligadas a situações agudas (convulsões febris, encefalite, traumatismo cranioencefálico, insuficiência renal) também o não são.

Esta é uma noção importante, visto que um doente pode sofrer de crises epilépticas graves e frequentes durante uma doença cerebral aguda e não voltar a ter mais crises durante o resto da vida.
 
 
 
A noção de epilepsia implica, pois, a recorrência de sintomas ao longo de meses ou anos.

A epilepsia tem uma prevalência de aproximadamente 1% da população a nível mundial, sendo considerada a doença neurológica mais frequente. A incidência anual de novos casos diagnosticados rondará os 5-10 % deste valor.

É importante notar que a crise epiléptica comporta uma evidência neurofisiológica, traduzida no electroencefalograma (EEG), e uma evidência clínica, que pode ser a ausência, a convulsão, etc. Este último aspecto é fundamental, pois na maior parte dos casos não são encarados como doentes epilépticos as pessoas que apresentam apenas alterações inespecíficas no EEG.
 
 
 
 
 
 

A Epilepsia - Diagnóstico da Epilepsia

 
 
O diagnóstico de uma Epilepsia é fundamentalmente clínico e os meios complementares habitualmente utilizados, como sejam o EEG, a ressonância magnética (RMN CE) ou a tomografia computorizada (TC CE), servem para uma melhor caracterização da situação e avaliação da sua etiologia. As crises epilépticas, como indica o seu nome, têm em comum uma característica especial, que é o seu aspecto crítico: início e final bruscos, curta duração - poucos minutos ou segundos. São igualmente estereotipadas em cada doente. As crises de longa duração, superiores a 15-20 minutos, não são geralmente de origem epiléptica.

Há ainda que ter em conta que a sintomatologia pode ser extremamente variada, desde a clássica convulsão tónico-clónica até alterações da consciência, breves e pouco evidentes, passando ainda por diversos fenómenos sensoriais, como sejam alterações visuais, gustativas ou olfactivas. No entanto, as queixas frequentemente referidas pelos pais de crianças em idade escolar de que estas se ... Leia mais
 
 
 
As crises parciais podem ou não ser seguidas de convulsão tónico-clónica (neste caso diz-se que são secundariamente generalizadas). A sua classificação habitual é feita consoante o local de origem da actividade epiléptica, distinguindo-se habitualmente as crises dos lobos temporal, parietal, frontal e occipital. As crises mais frequentes são as do lobo temporal, sendo aliás o síndroma epiléptico mais comum, e a sua expressão clínica pode por vezes ser confundida com uma ausência.

Quanto aos grupos etários de idade escolar, existem situações específicas que se encontram com alguma frequência, apresentando uma relação importante com a idade de apresentação (epilepsias da infância, da adolescência), existindo em algumas destas uma base genética conhecida, enquanto que em outras essa identificação não foi ainda efectuada.

De um modo geral, numa hipótese diagnóstica de epilepsia, é importante não só a diferenciação entre os diversos tipos de crises epilépticas, como também o diagnóstico ... Leia mais
 
 
 
 
 
 

A Epilepsia - Tratamento da Epilepsia

 
 
 
 
Inicialmente o tratamento da epilepsia passa pela utilização de fármacos, hoje em dia mais seguros e mais eficazes do que o que eram há vários anos atrás. Calcula-se que cerca de 60 a 65% dos novos doentes fiquem controlados com qualquer um dos fármacos anti-epilépticos de 1ª linha em monoterapia.

Os restantes doentes são geralmente tratados em regime de politerapia, com dois ou mais fármacos, existe no entanto um grupo importante de doentes que, quer devido às características da sua epilepsia quer devido a problemas farmacodinâmicos ou farmacocinéticos das associações com que são tratados, apresentam situações de epilepsia refractária.

Em alguns destes doentes refractários existe uma hipótese cirúrgica, cuja investigação é habitualmente efectuada em centros de referência (existem vários em Portugal).

A repercussão desta doença sobre o adolescente ou a criançaem desenvolvimento e em idade escolar depende de diversos factores, nomeadamente do tipo de epilepsia/crises, das suas ... Leia mais
 
 
 
 
 
 

Cefaleias

 
 
“Cefaleia” é a palavra médica para designar dor de cabeça ou desconforto. No entanto, uma cefaleia raramente aparece como sintoma isolado.
A cefaleia mais frequente é a enxaqueca, mas há outras.

A Classificação Internacional de Cefaleias inclui 14 grandes tipos. Estes tipos principais dividem-se e subdividem-se em mais de 200 formas diferentes. De um ponto de vista prático, poderemos dividir as cefaleias em dois grandes grupos:
  • primárias (ou idiopáticas)
  • secundárias (ou sintomáticas)

As cefaleias primárias são uma doença em si mesmas, não traduzindo ou expressando outros problemas de saúde. E são a maioria (cerca de 90%).

As cefaleias secundárias são sintomas de doenças do sistema nervoso ou de outros órgãos do corpo humano. Podem traduzir situações comuns (gripe, intoxicação ou abstinência alcoólica, baixa de açúcar, pequenos traumatismos cranianos, crise de hipertensão arterial). Ou situações de doenças graves do sistema nervoso (meningites, tumores, hemorragias por rotura de aneurismas) mas são uma minoria.
 
 
 
A chave do diagnóstico está na história clínica: exame fisico e anamnese (entrevista), incluindo exame neurológico. No entanto, por vezes, é necessário recorrer a exames complementares.

O exame neurológico não é um exame tecnológico ou complementar. Corresponde a um conjunto de testes feito no consultório, com a ajuda de alguns instrumentos simples (oftalmoscópio, martelo de reflexos,alfinete, diapasão, fontes de frio e calor). O médico pode testar, com ênfases variáveis, diferentes funções de cérebro, cerebelo, tronco cerebral, raízes, plexos, medula, nervos, placa motora e músculos. O exame neurológico tem uma sequência coerente, mas deve ser adaptado caso-a-caso em função da anamnese (entrevista prévia). A interpretação do exame neurológico exige sólidos conhecimentos da fisiologia do sitema nervoso e a anatomia, e deve ser conjugada com anamnese.

As cefaleias podem ser tratadas pelo médico de família. Em situações difíceis os doentes devem ser encaminhados para especialistas. À partida, os neurologistas ou os neuropediatras distinguirão mais facilmente as cefaleias primárias das secundárias, e terão mais experiência no seu tratamento. Os doentes com cefaleias que traduzem problemas psíquicos relevantes deverão ser tratados por psiquiatras. Só excepcionalmente é necessário recorrer a outras especialidades médicas.
 
 
 
 
 
 

Exames Médicos EEG/Neurofisiologia Clínica

 
 
A electroencefalografia é computorizada, e utilizamos equipamento e softwares de análise de grande qualidade. Além dos registos normais em consultório, efectuamos também exames contínuos de 24 horas (holter de EEG).
Os estudos do sono podem ser efectuados com acompanhamento técnico permanente. São utilizados diferentes tipos de equipamento, sendo registadas 2 ou 4 derivações de EEG, ECG, EOG, EMG do mento, captador laríngeo (para roncopatia), respiração (fluxo oro-nasal e expansão tóraco-abdominal), oximetria de pulso, detector de movimentos e sensor de posição.

Também a electromiografia, os potenciais evocados (auditivos, visuais,e somatos-sensitivos) e a ultrassonografia são efectuados com equipamento e software de última geração.
 
 
 
  • Electroencefalografia(simples, com estimulação luminosa, com prova de sono)
  • Topografia EEG computorizada
  • EEG ambulatório de 24 horas
  • Registo poligráfico de sono nocturno em ambulatório
  • Teste das latências múltiplas do sono
  • Electromiografia
  • Actigrafia
  • Potenciais Evocados
  • Avaliação do Sistema Nervoso Autónomo
  • Ecografia Geral
  • Electrocardiografia
  • Ecodoppler Vascular
  • Registo ambulatório de pressão arterial(MAPA)
 
 
 
 
 
 

A Esclerose Múltipla

 
 
A Esclerose Múltipla (ou Esclerose em Placas) é uma doença crónica, degenerativa e inflamatória, que afecta o Sistema Nervoso Central. Atinge mais frequentemente os adultos jovens (entre os 20 e os 40 anos de idade), sendo mais frequente no sexo feminino.

Embora se conheçam bem os mecanismos envolvidos no processo patológico (inflamação mediada imunologicamente, lesando as baínhas de mielina que envolvem os axónios dos neurónios medulares e cerebrais, o que determina uma alteração da capacidade de condução dos impulsos eléctricos da célula e consequente perda de função), a causa é ainda desconhecida. Existem diversas teorias, apontando para factores genéticos, imunológicos e infecciosos, tendo ainda sido identificados alguns factores de risco ambientais.

Não existem sintomas típicos ou sinais desta doença, pois as queixas e as alterações apresentadas pelo doente dependem da extensão, localização e grau de actividade inflamatória das diversas lesões (placas ou focos de desmielinização) existentes a nível do cerebelo, cérebro e medula espinhal, e podem determinar praticamente qualquer sintoma neurológico. A doença pode ocorrer também de várias formas, desde surtos discretos com sintomas isolados, até formas em que os sintomas se acumulam e evoluem progressivamente. Entre cada surto é possível a remissão completa (ou quase) dos sintomas, embora em muitos doentes se identifiquem sequelas neurológicas permanentes.
 
 
 
Actualmente são consensualmente aceites quatro tipos de Esclerose Múltipla, dependo da forma de evolução da doença:
  • Esclerose Múltipla Recidivante Remitente
  • Esclerose Múltipla Secundária Progressiva
  • Esclerose Múltipla Primária Progressiva
  • Esclerose Múltipla Primária Recidivante

Para mais informações sobre os 4 tipos, clique aqui.

O diagnóstico desta doença faz-se a partir de uma suspeita clínica, baseada num conjunto de sintomas e sinais, bem como na sua evolução, com recurso a exames complementares de diagnóstico (ressonância magnética, analises diversas, potenciais evocados e estudo do líquor por punção lombar).

O tratamento da Esclerose Múltipla é multidisciplinar, abrangendo fármacos, reabilitação cognitiva e física, acompanhamento social e psicológico, psicoterapia, etc…, de modo a permitir uma melhoria da qualidade de vida do doente em todas as suas vertentes, nomeadamente ao nível das actividades de vida diária, potenciando a sua autonomia.

As terapêuticas farmacológicas aprovadas dividem-se em três categorias:
  • Corticosteroides(para o tratamento das fases agudas – surtos)
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